quarta-feira, 12 de março de 2008

Orientações sobre Compostagem



Do total do lixo urbano gerado na cidade do Rio de Janeiro, 60% são formados por resíduos orgânicos que podem se transformar em excelentes fontes de nutrientes para as plantas.

Muitas pessoas acreditam que um bom composto é difícil de ser feito ou exige um grande espaço para ser produzido; outras acreditam que é sujo e atrai animais indesejáveis. Se for bem feito, nada disto será verdadeiro. Um composto pode ser produzido com pouco esforço e custos mínimos, trazendo grandes benefícios para o solo e as plantas. Mesmo em um pequeno quintal ou varanda, é possível preparar o composto e, desta forma, reduzir a produção de resíduos inclusive nas cidades.

Todos os restos de alimentos, cascas de legumes, frutas, estercos animais, aparas de grama, folhas, galhos, restos de culturas agrícolas, enfim, todo o material de origem animal ou vegetal pode entrar na produção do composto.
Contudo, existem alguns materiais que não devem ser usados na compostagem, que são:
gorduras animais, pois são de difícil decomposição, restos de carne, pois podem atrair animais como ratos e baratas, revistas e jornais, pois contem tinta e são de decomposição mais lenta.
Madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, couro, plástico e papel, que além de não serem facilmente degradados pelos microorganismos, podem ser transformados através da reciclagem industrial ou serem reaproveitados em peças de artesanato.

Dito de maneira científica, o composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio, sob condições controladas pelo homem. O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros.

Fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das chuvas.

Para se obter um bom composto é necessário equilibrar a relação carbono/nitrogênio. É esta proporção que regula a ação dos microrganismos, devendo a mistura de resíduos orgânicos ter uma relação C/N inicial em torno de 30, ou seja, os microrganismos precisam de 30 partes de carbono para cada parte de N consumida por eles. Os restos de alimentos (parte úmida do composto) são ricos em nitrogênio, enquanto o capim, a palha, a serragem, a cinza e o esterco (parte seca do composto) são ricos em carbono.

O local para fazer o composto deve ser reservado, próximo à um ponto de água, com espaço suficiente para o reviramento da pilha, com terreno de boa drenagem e de modo que a água possa escorrer para um local apropriado.

Deve-se iniciar a pilha de composto com um pouco de terra. Em seguida são colocadas camadas alternadas de alimentos (úmidos) e palha, serragem, etc (secos). Para garantir que a compostagem ocorra plenamente deve-se revolver a pilha ao menos uma vez por semana. Intercalar camadas com esterco de qualquer animal é muito interessante, pois o mesmo funciona como inóculo de microrganismos e o processo tende a ser muito mais rápido.

O processo pode levar de quatro a dez semanas dependendo do tipo de resíduos orgânicos utilizados. As camadas podem ser levemente irrigadas quando for detectado algum ressecamento da pilha.




Fonte: Ilana Nina (NIMA/PUC-Rio)

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